Imprimir artigo

Investimento sistêmico para a mudança social

Para ir além do solucionismo, o investimento de impacto deve usar o capital financeiro tanto como recurso quanto como tecido conectivo

Por Jess Daggers, Alex Hannant e Jason Jay

(Foto por iStock/hidesy)

Diante de desafios sociais e ambientais complexos, nossos melhores esforços geralmente tratam apenas de um sintoma, e não das causas básicas, mesmo quando consequências não intencionais criam novos problemas. Por esse motivo, um número cada vez maior de pessoas, em vários setores, está trazendo uma lente sistêmica para a mudança social. Isso tem sido crescentemente constatado no setor filantrópico, conforme se observa em trabalhos como a Shifting Systems Initiative da Rockefeller Philanthropy Advisors. Instituições multilaterais têm realizado esforços paralelos, caso do trabalho do Programa de Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (PNUD) sobre portfólios de financiamento.

No mundo dos investimentos, porém, o pensamento sistêmico está apenas começando a ganhar força. Os investidores que pensam em mudança social tendem a seguir uma lógica linear e reducionista. Uma expressão disso é o que chamamos de “paradigma do ativo único” do investimento de impacto: a ideia de que uma única tecnologia, projeto ou empresa pode provocar mudanças estruturais na sociedade.

A perspectiva de um único ativo pode ser eficaz na avaliação de negócios individuais e na exploração de oportunidades específicas tanto para o impacto quanto para o retorno financeiro, mas está em desacordo com o que é necessário para semear a transformação genuína.

O investimento sistêmico é uma lógica emergente, que busca enfrentar o desafio de operar na complexidade. Procurando entender os atores, as interconexões e a dinâmica em um determinado contexto, ele se indaga a respeito da verdadeira natureza da mudança desejada e/ou exigida e, em seguida, determina como o capital financeiro pode ser alocado para possibilitar essa mudança. Dessa forma, o investimento sistêmico nos convida a reimaginar e a desenvolver como o investimento de impacto – e as finanças de forma mais ampla – poderiam funcionar. Ele nos força a pensar além da eficácia de um único investimento – seja ele um projeto, programa, ativo ou empreendimento – e a reconhecer que, se quisermos moldar e mudar os sistemas, precisaremos recorrer a várias ações de forma simultânea, coerente e adaptável.

Investidores que lidam com desafios sociais e ambientais tendem a subestimar significativamente o que é necessário para superar as múltiplas crises atuais e mudar a inércia do statu quo. Essa nova lógica de investimento é uma maneira diferente de enquadrar e compreender a natureza da mudança necessária: não apenas aumentar o volume de capital disponível para tratar de questões sistêmicas, mas também considerar como o capital de investimento é empregado ao lado de outras formas de capital financeiro e não financeiro. Devido à natureza integrada da mudança ambiental e social, precisamos de uma rede muito mais ampla de atores trabalhando para tratar de questões prioritárias e para unir seus esforços de forma a que se sintonizem e se complementem. O investimento sistêmico busca utilizar o capital financeiro tanto como recurso quanto como tecido conectivo.

Segundo a TransCap Initiative, investimento sistêmico  é “a aplicação do pensamento sistêmico e da ciência dos sistemas complexos para compreender os problemas sociais e abordá-los por meio da implementação estratégica de diversas formas de capital financeiro, inseridas em um programa mais amplo de mudança sistêmica, com o objetivo de transformar os sistemas humanos e naturais”. Simplificando, é uma lógica de investimento que serve ao objetivo principal de promover a mudança sistêmica tanto na forma quanto na função.

Variações dessa ideia estão ganhando força em diferentes contextos e geografias, mas ainda não há um diálogo consolidado. Com este artigo, pretendemos oferecer uma introdução aos atributos essenciais do investimento sistêmico. Também queremos esclarecer o que ele não é, pois é importante evitar que os conceitos centrais sejam diluídos, generalizados ou cooptados antes que seu potencial seja devidamente explorado.

Uma visão diferente sobre a natureza da mudança

No centro da lógica do investimento sistêmico está uma maneira diferente de enquadrar e compreender a natureza da mudança que se requer para responder aos desafios mais persistentes e urgentes.

Atualmente, para a comunidade de investimentos, os desafios são mais frequentemente vistos “complicados” em vez de “complexos”, para usar uma distinção da estrutura Cynefin. Na analogia do coach Rob Ricigliano, é como a diferença é que há entre relógios e nuvens: com as habilidades técnicas certas, um relógio pode ser desmontado e seus componentes e sua interação podem ser compreendidos. Isso ocorre porque um relógio, embora complicado, comporta-se de maneira previsível. Uma nuvem não apresenta nenhum desses atributos, pois sua complexidade é um produto dos elementos dinâmicos e do ambiente que a criou. Uma “abordagem de relógio” para a mudança é, portanto, “resolver problemas, consertar o que está quebrado e fazer isso o mais rápido possível”. Mas, embora resposta se preste a algumas circunstâncias, ela não dá conta da complexidade. No entanto, maior parte dos casos, as lógicas de investimento abordam desafios do tipo nuvem como se fossem relógios.

Tomemos, por exemplo, a medição e o gerenciamento do impacto (IMM), a principal forma pela qual o investimento de impacto se diferencia do investimento convencional. A IMM se baseia no fato de os investidores identificarem métricas que capturam o impacto e, em seguida, usarem-nas para a tomada de decisões de investimento. Esse foco em resultados específicos replica o pensamento convencional com relação à medição do desempenho, mas não consegue avaliar a complexidade.

Da mesma forma, embora abordagens de fluxo de negócios sejam uma maneira eficiente de obter e restringir possíveis investimentos, elas se baseiam na avaliação de perspectivas individuais em relação a critérios predeterminados. Sendo assim, não permitem a análise das relações entre atividades, atores e ativos e como eles podem afetar uns aos outros em relação a um objetivo compartilhado e ao contexto mais amplo em que estão inseridos.

Simplificando, as abordagens baseadas em relógio fazem sentido em situações para as quais foram projetadas, mas não são adequadas para o trabalho de mudança sistêmica.

Como seria o investimento sistêmico na prática?

Em 2009, Betsy e Jesse Fink iniciaram um programa de investimento para enfrentar o desafio do desperdício de alimentos nos Estados Unidos, combinando doações filantrópicas, investimentos diretos em startups e a formação da organização de base ReFED. Como revela um recente estudo de caso do MIT Sloan sobre esse esforço, milhões de dólares dos Fink catalisaram bilhões de investimentos anuais em uma rede de soluções complementares.

Muito além de atrair um bom “fluxo de negócios”, a ação envolveu convocar atores de diferentes setores para compartilhar informações e recursos, o que permitiu levantar novos dados e percepções sobre como o desperdício de alimentos estava sendo gerado em toda a cadeia de valor de alimentos, mobilizando diferentes tipos de capital financeiro em soluções promissoras e unificadas, aproveitando a inteligência e a ação coletivas para incentivar a evolução do sistema alimentar.

Um exemplo mais recente de onde há demanda por investimento sistêmico é o desafio Swimmable Birrarung River da Regen Melbourne. A Regen Melbourne se descreve como uma plataforma de colaboração ambiciosa a serviço da Grande Melbourne, e tornar o rio que corta a capital australiana balneável é uma de suas iniciativas. Ela estabelece uma meta ousada, acessível e tangível em sua estrutura, mas que exigirá mudanças estruturais e sistêmicas significativas para ser realizada. Fundamentalmente, trata-se de melhorar a qualidade de sua água e mudar a relação que 5 milhões de pessoas têm com ele, o que envolverá cooperação intersetorial e muitas ações em conjunto. Isso também exigirá recursos de todo o espectro de capital.

A Regen Melbourne vem explorando de que modo o investimento sistêmico poderia viabilizar e ampliar essa mobilização. Para isso, eles estão facilitando o engajamento entre as partes interessadas, mapeando os fluxos de recursos e de valor, revelando e interpretando as necessidades/oportunidades de recursos e começando a projetar um cenário de investimento interconectado. Ao mesmo tempo, estão testando a abertura dos detentores de capital para o investimento sistêmico e perguntando o que seria necessário para permitir mudanças em suas respectivas políticas e práticas. Para os investidores, isso significa ir além de seus processos convencionais, cooperar com uma série de atores e, possivelmente, envolver-se no desenvolvimento de novos veículos de financiamento.

Como o campo está evoluindo?

O volume de atividades que combinam investimentos e finanças com o pensamento sistêmico está crescendo. Por exemplo, o Investment Integration Project está defendendo o “investimento em nível sistêmico”, um termo que também é usado pela PreDistribution Initiative. A Systemiq e outros falam sobre “investimento em mudança de sistemas”, enquanto os financiadores filantrópicos (como a Ashoka) falam sobre “mudança de sistemas de financiamento”. O Transformative Finance Lab da EVPA, FEST e Metabolic falam sobre “finanças transformadoras”, em que a transformação está inerentemente ligada à mudança sistêmica. A Impact Frontiers publicou recentemente orientações para investidores sobre o uso de técnicas de mapeamento de sistemas e uma Escola de Mudança de Sistemas em Finanças foi lançada recentemente pela Aviva e pelo Forum for the Future. A rede Twist foi formada para promover o aprendizado entre pares e o compartilhamento de melhores práticas entre os investidores para a mudança de sistemas.

No entanto, há muitos outros exemplos de uso da linguagem de “sistemas” em investimentos sem nenhuma indicação real de que as coisas estejam sendo feitas de forma diferente, o que poderíamos chamar de “lavagem de sistemas” – o termo é proposto em analogia ao “greenwashing”, ou “lavagem verde”, nome dado aos casos de marcas criam uma falsa aparência de sustentabilidade, sem necessariamente aplicá-la na prática. Como Blomkomp, Snow e Burkett disseram recentemente:

“A linguagem do codesign e da mudança de sistemas está se tornando tão onipresente – todos estão pedindo ou afirmando que estão fazendo isso. Mas o que as abordagens de sistemas e de codesign realmente exigem de nós? E como podemos trabalhar de forma a honrar isso em nosso trabalho?”

Fazemos essa observação para defender o discernimento crítico. O investimento sistêmico, sob nosso ponto de vista, requer mentalidades, princípios, práticas e infraestruturas que são diferentes do financiamento e do statu quo. Por esse motivo, nós o definimos como uma lógica específica e abrangente, em vez de defini-lo vagamente como uma abordagem. Uma nova lógica de investimento é um empreendimento mais substancial, fundamentado em uma tentativa completa e genuína de reconhecer a complexidade e aproveitar as relações entre atores, atividades e ativos. Quando entendemos o investimento sistêmico dessa forma, fica mais fácil discernir onde a linguagem sistêmica está sendo usada de forma potencialmente transformadora – sinalizando uma nova lógica de investimento – e onde indica apenas pequenos ajustes na forma como as coisas são feitas.

Portanto, para construir o campo do investimento sistêmico, é necessário elaborar em que consiste essa nova lógica de investimento, começando por seus principais atributos e componentes.

 

Principais atributos e componentes

 

Para evitar que ideias com potencial para mudanças reais terminem diluídas, o investimento sistêmico se articula em torno de um conjunto de atributos e componentes claros. Sugerimos que estes estejam presentes, mas sem prescrever exatamente como eles são combinados. Pense nisso como uma banda compondo uma peça musical. Há certos elementos necessários para criar um “som” distinto (como, por exemplo, os Beatles têm um “som” característico), mas a maneira como esses elementos se combinam varia enormemente de uma faixa para outra. Se o investimento sistêmico é o “som”, então cada tentativa de transformar um sistema é uma das músicas.

Aqui, agrupamos os principais atributos e componentes em quatro categorias e os detalhamos individualmente:

 

  • Princípios orientadores

O investimento sistêmico requer uma mentalidade e um modo de ser específicos, expressos por meio dos seguintes princípios:

Adote uma lente sistêmica | Esse trabalho exige que ver que o mundo tem uma natureza interconectada, contingente e em constante mudança. Uma lente sistêmica se concentra nos objetos e nas relações entre eles, e isso se estende a todas as escalas. Esse princípio também se estende à forma como os indivíduos se veem em relação à mudança. A transformação é um processo tanto externo quanto interno, e isso requer abertura para o aprendizado, disposição para ouvir outras perspectivas e ter empatia, o que significa deixar o ego de lado.

Esteja aberto a diferentes entendimentos de sucesso | É preciso deixar de lado entendimentos convencionais sobre o sucesso do investimento, tanto para evitar expectativas fixas em relação a retornos e resultados quanto para abrir a mente em relação a quem define a agenda de mudanças e o que conta como “boa prática” em investimentos.

Respeite a complexidade | Respostas simples geralmente são um sinal de simplificação excessiva. O investimento sistêmico reconhece a bagunça da complexidade e trabalha com as restrições que ela cria, principalmente em termos do que é possível saber. As métricas simples de impacto, por exemplo, são inúteis se criarem uma falsa impressão de causalidade e ignorarem a rede de relacionamentos que contribuem para qualquer mudança. Uma visão relacional também tem implicações para os modos de operação, inclusive como os portfólios são formados (para gerar multiplicadores e efeitos colaterais), como a cooperação é promovida entre os atores, a importância do aprendizado e a necessidade de estratégias adaptativas.

Não privilegie as finanças | As finanças desempenham um papel fundamental na transformação de sistemas, mas apenas como um elemento entre muitos. Esse princípio implica a busca de maneiras de colocar o capital em um uso bom e complementar e compreender sua interdependência com outros atores e insumos. O investimento sistêmico não deve ser dominado pelas necessidades e preferências de detentores individuais de capital. Na verdade, muitos desafios sistêmicos podem exigir uma suavização ou reversão da dinâmica normal de poder que privilegia os proprietários de ativos.

Foque na economia real | Com base no ponto anterior, o investimento sistêmico toma os sistemas da economia real como ponto de partida, perguntando como as finanças podem ajudar a mudar e curar os sistemas que atendem às necessidades das pessoas, dentro dos limites do planeta. Essas necessidades geralmente estão ancoradas no local e são articuladas por meio de metas transformadoras compartilhadas pelas pessoas nesses locais (como tornar balneável um rio urbano). Essa abordagem contrasta com a de muitas iniciativas de finanças sustentáveis, que começam com as necessidades e os interesses do sistema financeiro e buscam criar mudanças de comportamento que levarão a mudanças na alocação de capital.

 

  • Atores de vários domínios

O investimento sistêmico envolve vários tipos de atores trabalhando juntos como um conjunto musical, muitas vezes em combinações que nunca ocorreram antes. Os detentores de capital estão acostumados a trabalhar com usuários de capital, mas a natureza da mudança do sistema exige o reconhecimento de uma gama mais ampla, fora de seus domínios habituais de operação: fundações, ONGs, governos e acadêmicos, para citar alguns. Uma maneira de entender essa ampliação é reconhecer as múltiplas formas de capital que os diferentes agentes trazem. O investimento sistêmico reúne os detentores de diferentes tipos de capital financeiro com outras formas de capital: capital social, cultural e político, por exemplo.

 

  • Objetos e infraestruturas

As declarações, os acordos, os ativos de dados, as estruturas, os contratos e os mecanismos que dão forma e substância ao trabalho. Eles incluem:

Uma intenção ou meta transformadora, uma articulação explícita e compartilhada da mudança que está sendo almejada, a “estrela do norte”.

Mapeamento e análise de sistemas, com identificação dos principais atores, relacionamentos, ciclos de feedback e pontos de alavancagem para a mudança.

Uma teoria transformadora de mudança e/ou uma estratégia direcional, compartilhada pelos atores para orientar decisões e ações e continuamente atualizada ao longo do tempo.

Estruturas que permitam a cooperação, a coordenação e a coerência entre vários agentes, incluindo acordos de governança que definam os processos de tomada de decisão e os controles.

Veículos de financiamento adequados à finalidade, capazes de manter o capital que pode ser implantado sistemicamente, por exemplo, permitindo o investimento em uma série de atores, atividades e ativos, em diferentes classes de ativos, tamanhos de tíquetes, perfis de risco e horizontes de tempo. Isso provavelmente incluirá uma combinação de intervenções comerciais e não comerciais.

Uma função organizadora definível (possivelmente uma entidade dedicada e especializada) que ajude a coordenar os participantes e o trabalho. Assim como a seção rítmica de uma banda de jazz, essa função continua a impulsionar o trabalho, injetando energia e neutralizando a entropia que tende a levar os atores de volta às suas formas isoladas de operação.

Esses objetos e infraestruturas são criados e adotados (e, muitas vezes, de propriedade) por vários atores.

  • Modos de operação

Por fim, há os modos de operação:

Dedicar um tempo realista para promover a cooperação e as parcerias entre diferentes setores e tipos de atores.

O emprego de várias formas de capital na busca de objetivos compartilhados, muitas vezes com o apoio de maneiras de contabilizar melhor as várias formas de criação de valor e os fluxos de valor combinados.

Formação de portfólios estratégicos projetados para aproveitar relacionamentos, efeitos combinatórios e repercussões entre atividades, atores e ativos.

Foco na detecção, medição e aprendizado com relação a como os investimentos e as intervenções estão gerando mudanças, alinhando-se à teoria da mudança, afetando uns aos outros e influenciando o contexto dos sistemas de forma mais ampla.

Uma abordagem adaptativa que permita que a estratégia seja fluida, respondendo ao surgimento e às mudanças nas circunstâncias.

Esses atributos e componentes interagem e reforçam uns aos outros. Os princípios orientadores promovem pontos de referência compartilhados e ajudam a garantir que os diferentes atores tragam mentalidades compatíveis para o trabalho. Isso fornece a base para modos de operação adequados à criação de objetos e infraestruturas. Crucialmente, há uma flexibilidade considerável na forma como esses atributos são combinados e como são aplicados a um contexto de intervenção. Diferentes tipos de atores, por exemplo, assumirão diferentes funções de acordo com as necessidades de seu contexto específico. Em alguns cenários, os detentores de capital liderarão; em outros, intermediários, entidades públicas e/ou alianças auto-organizadas tomarão a iniciativa.

Conclusão

Sabemos que o investimento sistêmico, conforme definido pelos principais atributos e componentes que descrevemos, é difícil de implementar segundo os atuais modos de operação do setor financeiro. Entretanto, nossa intenção é transmitir uma visão do que significaria adotar essa lógica de investimento, mesmo que alguns aspectos não tenham sido testados ou estejam fora de alcance.

Em nossos próprios protótipos e projetos, procuramos colocar em prática pelo menos alguns dos ingredientes do investimento sistêmico. Nossa intenção é usar esses atributos e componentes essenciais como um norte e, ao mesmo tempo, nos mantermos abertos e transparentes quanto às concessões que devemos fazer à medida que trabalhamos para implementar essas ideias na prática. Ao articular essa visão, podemos manter o trabalho que vai surgindo em um padrão, orientar explorações críticas e destacar as áreas prioritárias para o desenvolvimento. Para avançar ainda mais no campo do investimento sistêmico, precisamos de prototipagem, pesquisa e construção de comunidades. Nossas respectivas organizações (TransCap Initiative, Griffith Centre for Systems Innovation e Iniciativa de Sustentabilidade do MIT Sloan) se unirão a outras na busca desses objetivos.

Em última análise, ao tentar definir essa nova lógica de investimento, estamos nos esforçando para obter mudanças transformadoras, em vez de incrementais. Isso não significa que estejamos desprezando as tentativas de promover mudanças mais incrementais. Para grande parte do mundo dos investimentos,  elas são, hoje, o único caminho realista. No entanto, não devemos nos permitir pensar que elas serão suficientes; devemos nos esforçar para obter uma forma de investimento que sirva ao processo de transformação, com o objetivo de promover visões de um futuro seguro e justo.

 

OS AUTORES

Jess Daggers, PhD, é a chefe de pesquisa da TransCap Initiative. Ela trabalha na fronteira entre a academia e a prática, com publicações em ambos os domíniosm, além de uma tese de doutorado sobre o desenvolvimento do mercado de investimento de impacto social no Reino Unido.

Alex Hannant é diretor da Pocketknife, uma empresa de consultoria em Aotearoa, Nova Zelândia. É professor adjunto associado do Griffith Centre for Systems Innovation e atua nas diretorias da B Lab Australia e Aotearoa New Zealand e da Social Enterprise Australia.

Jason Jay é professor sênior e diretor da Iniciativa de Sustentabilidade do MIT Sloan. Sua pesquisa, ensino e aconselhamento orientam pessoas através das tensões inerentes à busca da sustentabilidade, buscando simultaneamente nosso próprio interesse e o florescimento da vida humana e de outras vidas.



Newsletter

Newsletter

Pular para o conteúdo