A Diaspora Co. leva especiarias frescas do sul da Ásia para os EUA, garantindo que fazendas e agricultores prosperem
Por Marianne Dhenin
Trabalhador rural moendo açafrão Pragati tradicional durante a colheita de 2020 na fazenda da família Kasaraneni em Vijayawada, Andhra Pradesh, uma região costeira no sudeste da Índia. (Foto cortesia da Diaspora Co.)
Para Sana Javeri Kadri, CEO e fundadora da Diaspora Co., tudo começou com um latte de cúrcuma. Kadri nasceu e foi criada em Mumbai e mudou-se para os Estados Unidos para fazer faculdade em 2012. Nos anos 2010, ela viu essa especiaria que conhecia desde a infância se tornar tendência em cafés e lojas de produtos naturais.
“Comecei a ver lattes de cúrcuma em todos os lugares”, lembra Kadri. “Pensei: ‘Quem está cultivando cúrcuma para esses lattes? Se eles custam US$ 8 e estão por toda San Francisco, será que um fazendeiro em algum lugar do sul da Ásia está se beneficiando disso?’”
Kadri voltou à Índia em 2016, buscando respostas para essas perguntas. Sua pesquisa levou-a a 19 fazendas em todo o país e aos arquivos da era colonial do sul da Ásia. O que ela descobriu inspirou-a a fundar a Diaspora Co. no ano seguinte, quando tinha 23 anos. Hoje, a empresa de comércio de especiarias é uma das marcas de origem sustentável e focadas em equidade mais influentes do mercado. Seu primeiro produto foi uma cúrcuma de origem única.
A cúrcuma é nativa do sul da Ásia, onde tem sido usada em alimentos e medicamentos há milênios. O mesmo vale para outras especiarias populares, como pimenta-do-reino e noz-moscada. Elas tornaram-se luxos cobiçados na Ásia Ocidental, no Mediterrâneo e em partes da Europa já no século 4, quando mercadores marítimos as carregavam pelo oceano Índico e pela costa do Pacífico ocidental. No século 15, impérios europeus enviaram expedições ao sul da Ásia, lançando as bases da formação de impérios coloniais que por séculos enriqueceram suas nações à custa de povos originários. Desde 1765, quando a Companhia Britânica das Índias Orientais assumiu o controle do comércio do subcontinente indiano, até 1938, a Grã-Bretanha extraiu cerca de US$ 44,6 trilhões do território, de acordo com a economista Utsa Patnaik.
A colonização no sul da Ásia também moldou o desenvolvimento do comércio de especiarias. Quando Kadri começou a visitar fazendas na Índia, percebeu quão pouco a situação havia mudado. Hoje, agricultores indianos geralmente vendem suas especiarias a um comerciante por meio de uma casa de leilões local. Os produtos então mudam de mãos várias vezes e são misturados a especiarias de outras fazendas antes de ser exportados e vendidos a varejistas nos EUA como uma mistura. Os agricultores recebem uma fração insignificante do preço final de seu produto, e as características individuais de suas especiarias não são mais discerníveis nas misturas resultantes. Além disso, elas acabam nas prateleiras das lojas muito tempo depois do pico de frescor. Esse sistema pouco incentiva os agricultores a cultivarem um produto de alta qualidade. Em outro resquício de colonização, muitos deles se afastaram do conhecimento ancestral sobre suas terras e plantações, afirma Kadri.
Em uma indústria em que os baixos salários dos produtores, as cadeias de suprimentos complicadas e as misturas de especiarias velhas são a norma, Kadri pensou: “como podemos reimaginar isso completamente?” Sua resposta foi a Diaspora Co.
Mudando o jogo do comércio de especiarias
Em 2017, após sua viagem de pesquisa à Índia, Kadri retornou à Califórnia e lançou a Diaspora Co. com US$ 3 mil de sua restituição de impostos e um empréstimo de seu pai. Nesse mesmo ano, ela fundou na Índia a Diaspora Trading, uma empresa de exportação, para complementar a Diaspora Co. Ter uma importadora com sede nos EUA e uma exportadora com sede na Índia permitiu que Kadri eliminasse muitos elos da cadeia de fornecimento de especiarias, a fim de beneficiar agricultores e consumidores. A Diaspora Trading oferece bons preços aos agricultores e, em seguida, exporta especiarias para a Diaspora Co., que as vende aos consumidores. Às vezes, as especiarias chegam aos compradores apenas duas semanas após a colheita.
Após o estabelecimento das empresas, o crescimento da Diaspora Co. foi uma questão de ampliar a oferta, de um único tempero para as dezenas disponíveis atualmente. O primeiro produto da empresa, a cúrcuma Pragati, vem da fazenda da família Kasaraneni em Vijayawada, Andhra Pradesh, região costeira no sudeste da Índia que Kadri visitou em 2016. Quando começaram a vendê-la, em 2017, era o único produto da linha. Em 2019, passaram também a oferecer cardamomo Baraka, pimenta-do-reino Aranya e pimenta Guntur Sannam, elevando sua linha total de produtos para quatro especiarias. Em 2022, o catálogo disparou para 40 especiarias e massalas provenientes de 26 fazendas na Índia e no Sri Lanka.
A Diaspora Co. adotou um modelo de financiamento que a ajudou a multiplicar por dez o número de produtos disponíveis em 2022. Nos primeiros cinco anos, a empresa usou um sistema de encomenda, oferecendo aos clientes a oportunidade de comprar especiarias antes mesmo de serem colhidas e aguardar sua chegada. “No fim das contas, as pessoas querem comprar especiarias para a próxima semana, não daqui a quatro meses”, diz Kadri.
Para fazer a transição desse modelo, a empresa buscou investidores de impacto alinhados com seus compromissos com a agricultura regenerativa, parceiros agrícolas e especiarias de origem única exclusivas e de alta qualidade. Um de seus primeiros apoiadores foi a Jacobsen Salt Co. (JSC), uma empresa com sede em Portland, Oregon, que vende sais artesanais colhidos na costa do estado. Ben Jacobsen, fundador da JSC, diz que se identificou com a missão da companhia de Kadri. “O comércio de especiarias, ao longo da história, tem sido um dos negócios mais desiguais já conhecidos, então achei interessante que a Diaspora Co. estivesse encarando isso de frente”, explica ele. Em 2022, a JSC lançou um tempero de pipoca que tem como um de seus componentes a cúrcuma da Diaspora Co., tornando a empresa de Kadri um investimento e uma fornecedora.
A Diaspora Co. fechou uma rodada de financiamento de US$ 1,3 milhão em 2022. Com o aporte de dinheiro, expandiu sua cadeia de suprimentos, contratou novos funcionários, aprimorou a embalagem dos produtos e se lançou em alguns supermercados. A empresa também transferiu mais tarefas de processamento de Oakland para a Índia para ficar mais perto de suas fazendas parceiras.
Apoiar os agricultores que cuidam das especiarias da Diaspora Co. sempre foi fundamental para a missão da companhia. A rodada de financiamento bem-sucedida também permitiu que Kadri lançasse o Fundo do Trabalhador Agrícola, que usa parte do lucro da empresa para melhorar a saúde, a educação e os meios de sustento dos trabalhadores.
Metas desafiadoras
Quando Kadri olha para os sete anos da Diaspora Co., sente orgulho de seu rápido crescimento e do compromisso com seus princípios fundadores. Os agricultores que contrata recebem por suas especiarias, em média, seis vezes mais que o preço de commodity. A empresa também oferece adiantamentos, permitindo que eles cubram as despesas operacionais sem tomar empréstimos. Com maior receita e menos dívidas, os agricultores podem privilegiar qualidade em vez de quantidade e praticar alguns dos métodos agrícolas regenerativos que a Diaspora Co. defende. Prabhu Kasaraneni implementou a agricultura baseada em vacas em sua fazenda de cúrcuma Pragati – propensa a pragas – em Andhra Pradesh, usando subprodutos de vacas em diferentes estágios de crescimento das plantas para evitar o uso de pesticidas químicos.
Ainda assim, Kadri diz que a empresa está apenas na metade do caminho para alcançar as metas que ela estabeleceu anos atrás. Seu comércio de especiarias ideal é aquele em que agricultores “recebem o que precisam para prosperar”, diz ela. O Fundo do Trabalhador Agrícola facilita isso para os mais de mil trabalhadores nas fazendas parceiras da Diaspora Co.
Kumud Dadlani foi contratada para liderar o fundo quando foi criado, em 2022. “Para nós, era importante começar do zero e não simplesmente pelo nosso entendimento do que deveria ser melhorado”, escreveu ela em um texto sobre os primeiros meses do projeto. Dadlani fez parceria com pesquisadores para entrevistar trabalhadores rurais sobre suas necessidades em novembro de 2022, antes de lançar os primeiros programas. Com base nas entrevistas, em 2023 o fundo ofereceu cursos de alfabetização financeira para trabalhadores em três fazendas parceiras e um acampamento médico para cultivadores de cúrcuma Pragati, onde funcionários de um hospital local ofereceram exames e informações médicas e odontológicas gratuitas.
Para atingir seus objetivos do lado do consumidor, a Diaspora Co. está focada em levar seus temperos aos clientes o mais rápido possível e promover uma melhor compreensão dos produtos e suas origens. Itens da empresa estão em cerca de 700 supermercados nos EUA, e a Diaspora Co. planeja expandir para 1.800 lojas até o final de 2025. Também está em construção a infraestrutura necessária para acomodar mais vendas a granel para outras companhias, de modo que seus produtos possam aparecer em cardápios de restaurantes ou na composição de alimentos vendidos em supermercados, como granola ou pipoca temperada.
Para ajudar clientes a aprenderem sobre as origens dos temperos, a equipe está compilando um livro de receitas de seus parceiros agrícolas para mostrar como os temperos são usados em pratos caseiros na Índia e no Sri Lanka. Um dia, com a combinação certa entre transparência na cadeia de suprimentos, comércio direto, marketing e educação, Kadri acredita que os consumidores que comprarem pimenta-do-reino no supermercado pensarão nas colinas de Kerala ao longo da costa do Malabar, onde povos originários colhem a pimenta nativa há séculos.
A AUTORA
MARIANNE DHENIN é jornalista e historiadora premiada. Veja seu portfólio em mariannedhenin.com.
A Diaspora Co. leva especiarias frescas do sul da Ásia para os EUA, garantindo que fazendas e agricultores prosperem
Por Marianne Dhenin
Trabalhador rural moendo açafrão Pragati tradicional durante a colheita de 2020 na fazenda da família Kasaraneni em Vijayawada, Andhra Pradesh, uma região costeira no sudeste da Índia. (Foto cortesia da Diaspora Co.)
Para Sana Javeri Kadri, CEO e fundadora da Diaspora Co., tudo começou com um latte de cúrcuma. Kadri nasceu e foi criada em Mumbai e mudou-se para os Estados Unidos para fazer faculdade em 2012. Nos anos 2010, ela viu essa especiaria que conhecia desde a infância se tornar tendência em cafés e lojas de produtos naturais.
“Comecei a ver lattes de cúrcuma em todos os lugares”, lembra Kadri. “Pensei: ‘Quem está cultivando cúrcuma para esses lattes? Se eles custam US$ 8 e estão por toda San Francisco, será que um fazendeiro em algum lugar do sul da Ásia está se beneficiando disso?’”
Kadri voltou à Índia em 2016, buscando respostas para essas perguntas. Sua pesquisa levou-a a 19 fazendas em todo o país e aos arquivos da era colonial do sul da Ásia. O que ela descobriu inspirou-a a fundar a Diaspora Co. no ano seguinte, quando tinha 23 anos. Hoje, a empresa de comércio de especiarias é uma das marcas de origem sustentável e focadas em equidade mais influentes do mercado. Seu primeiro produto foi uma cúrcuma de origem única.
A cúrcuma é nativa do sul da Ásia, onde tem sido usada em alimentos e medicamentos há milênios. O mesmo vale para outras especiarias populares, como pimenta-do-reino e noz-moscada. Elas tornaram-se luxos cobiçados na Ásia Ocidental, no Mediterrâneo e em partes da Europa já no século 4, quando mercadores marítimos as carregavam pelo oceano Índico e pela costa do Pacífico ocidental. No século 15, impérios europeus enviaram expedições ao sul da Ásia, lançando as bases da formação de impérios coloniais que por séculos enriqueceram suas nações à custa de povos originários. Desde 1765, quando a Companhia Britânica das Índias Orientais assumiu o controle do comércio do subcontinente indiano, até 1938, a Grã-Bretanha extraiu cerca de US$ 44,6 trilhões do território, de acordo com a economista Utsa Patnaik.
A colonização no sul da Ásia também moldou o desenvolvimento do comércio de especiarias. Quando Kadri começou a visitar fazendas na Índia, percebeu quão pouco a situação havia mudado. Hoje, agricultores indianos geralmente vendem suas especiarias a um comerciante por meio de uma casa de leilões local. Os produtos então mudam de mãos várias vezes e são misturados a especiarias de outras fazendas antes de ser exportados e vendidos a varejistas nos EUA como uma mistura. Os agricultores recebem uma fração insignificante do preço final de seu produto, e as características individuais de suas especiarias não são mais discerníveis nas misturas resultantes. Além disso, elas acabam nas prateleiras das lojas muito tempo depois do pico de frescor. Esse sistema pouco incentiva os agricultores a cultivarem um produto de alta qualidade. Em outro resquício de colonização, muitos deles se afastaram do conhecimento ancestral sobre suas terras e plantações, afirma Kadri.
Em uma indústria em que os baixos salários dos produtores, as cadeias de suprimentos complicadas e as misturas de especiarias velhas são a norma, Kadri pensou: “como podemos reimaginar isso completamente?” Sua resposta foi a Diaspora Co.
Mudando o jogo do comércio de especiarias
Em 2017, após sua viagem de pesquisa à Índia, Kadri retornou à Califórnia e lançou a Diaspora Co. com US$ 3 mil de sua restituição de impostos e um empréstimo de seu pai. Nesse mesmo ano, ela fundou na Índia a Diaspora Trading, uma empresa de exportação, para complementar a Diaspora Co. Ter uma importadora com sede nos EUA e uma exportadora com sede na Índia permitiu que Kadri eliminasse muitos elos da cadeia de fornecimento de especiarias, a fim de beneficiar agricultores e consumidores. A Diaspora Trading oferece bons preços aos agricultores e, em seguida, exporta especiarias para a Diaspora Co., que as vende aos consumidores. Às vezes, as especiarias chegam aos compradores apenas duas semanas após a colheita.
Após o estabelecimento das empresas, o crescimento da Diaspora Co. foi uma questão de ampliar a oferta, de um único tempero para as dezenas disponíveis atualmente. O primeiro produto da empresa, a cúrcuma Pragati, vem da fazenda da família Kasaraneni em Vijayawada, Andhra Pradesh, região costeira no sudeste da Índia que Kadri visitou em 2016. Quando começaram a vendê-la, em 2017, era o único produto da linha. Em 2019, passaram também a oferecer cardamomo Baraka, pimenta-do-reino Aranya e pimenta Guntur Sannam, elevando sua linha total de produtos para quatro especiarias. Em 2022, o catálogo disparou para 40 especiarias e massalas provenientes de 26 fazendas na Índia e no Sri Lanka.
A Diaspora Co. adotou um modelo de financiamento que a ajudou a multiplicar por dez o número de produtos disponíveis em 2022. Nos primeiros cinco anos, a empresa usou um sistema de encomenda, oferecendo aos clientes a oportunidade de comprar especiarias antes mesmo de serem colhidas e aguardar sua chegada. “No fim das contas, as pessoas querem comprar especiarias para a próxima semana, não daqui a quatro meses”, diz Kadri.
Para fazer a transição desse modelo, a empresa buscou investidores de impacto alinhados com seus compromissos com a agricultura regenerativa, parceiros agrícolas e especiarias de origem única exclusivas e de alta qualidade. Um de seus primeiros apoiadores foi a Jacobsen Salt Co. (JSC), uma empresa com sede em Portland, Oregon, que vende sais artesanais colhidos na costa do estado. Ben Jacobsen, fundador da JSC, diz que se identificou com a missão da companhia de Kadri. “O comércio de especiarias, ao longo da história, tem sido um dos negócios mais desiguais já conhecidos, então achei interessante que a Diaspora Co. estivesse encarando isso de frente”, explica ele. Em 2022, a JSC lançou um tempero de pipoca que tem como um de seus componentes a cúrcuma da Diaspora Co., tornando a empresa de Kadri um investimento e uma fornecedora.
A Diaspora Co. fechou uma rodada de financiamento de US$ 1,3 milhão em 2022. Com o aporte de dinheiro, expandiu sua cadeia de suprimentos, contratou novos funcionários, aprimorou a embalagem dos produtos e se lançou em alguns supermercados. A empresa também transferiu mais tarefas de processamento de Oakland para a Índia para ficar mais perto de suas fazendas parceiras.
Apoiar os agricultores que cuidam das especiarias da Diaspora Co. sempre foi fundamental para a missão da companhia. A rodada de financiamento bem-sucedida também permitiu que Kadri lançasse o Fundo do Trabalhador Agrícola, que usa parte do lucro da empresa para melhorar a saúde, a educação e os meios de sustento dos trabalhadores.
Metas desafiadoras
Quando Kadri olha para os sete anos da Diaspora Co., sente orgulho de seu rápido crescimento e do compromisso com seus princípios fundadores. Os agricultores que contrata recebem por suas especiarias, em média, seis vezes mais que o preço de commodity. A empresa também oferece adiantamentos, permitindo que eles cubram as despesas operacionais sem tomar empréstimos. Com maior receita e menos dívidas, os agricultores podem privilegiar qualidade em vez de quantidade e praticar alguns dos métodos agrícolas regenerativos que a Diaspora Co. defende. Prabhu Kasaraneni implementou a agricultura baseada em vacas em sua fazenda de cúrcuma Pragati – propensa a pragas – em Andhra Pradesh, usando subprodutos de vacas em diferentes estágios de crescimento das plantas para evitar o uso de pesticidas químicos.
Ainda assim, Kadri diz que a empresa está apenas na metade do caminho para alcançar as metas que ela estabeleceu anos atrás. Seu comércio de especiarias ideal é aquele em que agricultores “recebem o que precisam para prosperar”, diz ela. O Fundo do Trabalhador Agrícola facilita isso para os mais de mil trabalhadores nas fazendas parceiras da Diaspora Co.
Kumud Dadlani foi contratada para liderar o fundo quando foi criado, em 2022. “Para nós, era importante começar do zero e não simplesmente pelo nosso entendimento do que deveria ser melhorado”, escreveu ela em um texto sobre os primeiros meses do projeto. Dadlani fez parceria com pesquisadores para entrevistar trabalhadores rurais sobre suas necessidades em novembro de 2022, antes de lançar os primeiros programas. Com base nas entrevistas, em 2023 o fundo ofereceu cursos de alfabetização financeira para trabalhadores em três fazendas parceiras e um acampamento médico para cultivadores de cúrcuma Pragati, onde funcionários de um hospital local ofereceram exames e informações médicas e odontológicas gratuitas.
Para atingir seus objetivos do lado do consumidor, a Diaspora Co. está focada em levar seus temperos aos clientes o mais rápido possível e promover uma melhor compreensão dos produtos e suas origens. Itens da empresa estão em cerca de 700 supermercados nos EUA, e a Diaspora Co. planeja expandir para 1.800 lojas até o final de 2025. Também está em construção a infraestrutura necessária para acomodar mais vendas a granel para outras companhias, de modo que seus produtos possam aparecer em cardápios de restaurantes ou na composição de alimentos vendidos em supermercados, como granola ou pipoca temperada.
Para ajudar clientes a aprenderem sobre as origens dos temperos, a equipe está compilando um livro de receitas de seus parceiros agrícolas para mostrar como os temperos são usados em pratos caseiros na Índia e no Sri Lanka. Um dia, com a combinação certa entre transparência na cadeia de suprimentos, comércio direto, marketing e educação, Kadri acredita que os consumidores que comprarem pimenta-do-reino no supermercado pensarão nas colinas de Kerala ao longo da costa do Malabar, onde povos originários colhem a pimenta nativa há séculos.
A AUTORA
MARIANNE DHENIN é jornalista e historiadora premiada. Veja seu portfólio em mariannedhenin.com.