Os principais artigos das edições globais da SSIR em 2024
Editores das edições globais da Stanford Social Innovation Review contam quais foram os artigos de maior impacto em seus países e por que escolheram compartilhá-los com seus públicos locais
Editores das edições globais da SSIR
Ao longo de 2024, os editores das seis edições da SSIR em idiomas locais continuaram a selecionar, traduzir, publicar e compartilhar dezenas de artigos da SSIR com comunidades de inovação social no mundo árabe, no Brasil, na China, no Japão, na Coreia e em vários países de língua espanhola. Com alguma frequência, artigos sobre equidade e inclusão conquistam a preferência de leitores mundo afora. Destacamos sua popularidade em diferentes regiões e países em 2022, e essa foi uma das razões pelas quais desenvolvemos nossa série especial de 12 artigos chamada “A Busca Global pela Equidade”, em colaboração com esses parceiros.
Neste ano, os artigos mais populares entre os leitores das edições em idiomas locais tiveram temas mais variados. Veja o que repercutiu entre eles e por quê.
A SSIR Brasil geralmente publica os mesmos artigos de capa da SSIR, pois os textos estão na vanguarda dos debates sobre inovação social e, apesar das diferenças contextuais, são altamente relevantes para o público brasileiro. Ainda assim, não esperávamos a reação dos leitores ao artigo de capa de nossa sétima edição. Tratava-se de “Quando o design thinking falha”, uma crítica provocativa a uma metodologia amplamente adotada no Brasil. Este artigo tornou-se o mais lido de 2024 em nosso site e gerou o maior engajamento nas redes sociais da SSIR Brasil.
Talvez porque o campo da inovação social ainda esteja se desenvolvendo no Brasil e plataformas como a SSIR Brasil sejam raras, o artigo causou algum alvoroço – mas salutar. Os leitores comentaram, debateram e compartilharam o artigo com entusiasmo, o que nos fez perceber que a SSIR Brasil pode cumprir sua missão de fomentar reflexões profundas sobre ações práticas e, assim, contribuir para o crescimento da inovação social no país. Isso foi ainda mais evidenciado pelo fato de que nosso segundo artigo mais lido também abordava design thinking. Escrito por Tim Brown e Jocelyn Wyatt, pioneiros da metodologia, “Design thinking para a inovação social” foi um dos primeiros artigos que traduzimos e publicamos em nossa “Biblioteca Essencial”, e continua sendo um texto fundamental. Leia os artigos em português aqui e aqui. – Francesca Angiolillo, editora-chefe da SSIR Brasil
Os leitores da SSIR China se engajaram fortemente com este artigo na plataforma WeChat. Nossa equipe acredita que isso demonstra uma prontidão para transições de fundadores entre organizações sem fins lucrativos na China, mas também é um sinal de que muitas enfrentam dificuldades nesse processo. Engajar ativamente e simultaneamente o fundador, o conselho e a organização no período que antecede as transições ajuda a garantir uma base sólida para o início de uma nova fase.
Estamos curiosos para saber se as organizações, ao se prepararem para esses momentos cruciais, poderiam também almejar mudanças mais profundas. E se mais delas usassem a mudança de liderança como uma oportunidade para uma verdadeira transformação, e não apenas transição? Revisitar conceitos como organizações Teal, holacracia e New Power, todos já introduzidos na China, poderia orientar esses esforços? Aguardamos mais discussões sobre esse tema e estamos ansiosos para contribuir com casos locais para esse debate. Leia o artigo em chinês no WeChat aqui. – Shuijing Liu, editora-executiva da SSIR China
Em 2024, a Shizenkan University, o mais novo parceiro global da SSIR, iniciou o processo de conduzir a SSIR Japão para uma nova fase. Com grande parte do trabalho de visão e técnico concluído, nossa equipe agora está desenvolvendo e traduzindo novos artigos que acreditamos que terão repercussão entre inovadores sociais no país.
Um artigo que estamos particularmente animados para publicar é “The Strategic Value of Trust-Based Philanthropy”, que desmistifica a ideia de que essa abordagem carece de visão estratégica e destaca, com exemplos concretos, a agilidade inerente a essa estratégia. Em um mundo dinâmico e volátil, o artigo afirma que “a necessidade de adaptação é a norma, e não a exceção”. Ao promover confiança nos líderes beneficiários, comprometer-se com parcerias robustas e fornecer financiamento flexível, a filantropia baseada na confiança emerge como o meio mais eficaz e estratégico de enfrentar desafios sociais.
A SSIR publicou vários artigos sobre esse tema. Os desafios destacados nesses textos, como a incapacidade dos beneficiários de responder às necessidades em evolução da comunidade, o peso do excesso de relatórios, a exaustão da equipe e os desequilíbrios de poder entre beneficiários e financiadores, repercutiram profundamente na comunidade filantrópica japonesa. Como resultado, a filantropia baseada na confiança ganhou força significativa no setor filantrópico local nos últimos anos. Fundações como o Mitene Fund e a Fish Family, por exemplo, adotaram a abordagem em suas práticas de financiamento doméstico. E, notavelmente, a FRJ2025, a principal conferência de captação de recursos do Japão, dedicará uma sessão à filantropia baseada em confiança pela primeira vez. Esperamos que os próximos artigos traduzidos e gerados localmente sobre essa abordagem continuem a remodelar o cenário filantrópico do Japão. Leia o artigo em japonês em breve aqui.—Sadakazu Ikawa, vice-editor-chefe da SSIR Japão
A SSIR en Español publicou “Countering Isolation with Creativity” como parte de uma série de artigos e um webinar sobre envelhecimento, patrocinados pela Fundação Saldarriaga Concha, da Colômbia. O texto destaca três desafios cada vez mais relevantes para a América Latina: encontrar estratégias inclusivas para uma população que envelhece rapidamente (por exemplo, apenas 50% das 95 milhões de pessoas com mais de 60 anos recebem aposentadoria), integrar os jovens como agentes de mudança (apenas 28% dos jovens sentem conexão com seus líderes) e enfrentar problemas de saúde mental entre jovens e idosos (28% dos empreendedores sociais sofrem de depressão). Além disso, traz a colaboração intergeracional como uma solução que não só combate o isolamento social, mas também promove o bem-estar, fortalece o empreendedorismo social e cria modelos inovadores de educação que conectam pessoas de diferentes idades. Leia o artigo em espanhol aqui.
Outro artigo popular foi um texto escrito originalmente em espanhol, “Del Individualismo al Coliderazgo”, que reflete um dos valores centrais da nossa edição e oferece recomendações para vivenciar e abraçar a coliderança dentro das organizações. O texto ressalta que praticar a escuta profunda e encontrar pontos em comum fortalece a colaboração e evita a polarização. (Uma tradução para o inglês está em andamento.) Junto com o artigo, realizamos um evento ao vivo de 15 minutos, no qual a autora Carolina Nieto, líder da Ashoka México, respondeu a algumas das perguntas enviadas por 176 participantes de 11 países. Ficou claro que nosso público busca estratégias para coliderança entre pessoas de diferentes idades e origens culturais, além de mais oportunidades de engajamento com líderes inspiradores. Os autores estão agora escrevendo um segundo artigo inspirado nas perguntas recebidas. – Andrea González, editora-chefe da SSIR en Español
Na última década, inovadores sociais na Coreia do Sul aplicaram a metodologia de design thinking em uma ampla gama de contextos, incluindo o desenvolvimento de um parque infantil e oficinas que fortalecem a capacidade de resolução de problemas dos jovens. Essa experiência os levou a olhar para o método sob diferentes perspectivas, e o artigo “Quando o design thinking falha” oferece uma reflexão útil. O texto explica que a confiança excessiva no design thinking pode criar a falsa percepção de que uma abordagem única e inovadora seja capaz de resolver um problema social e incentiva os profissionais a adotar uma postura de design mais crítica. A edição coreana compartilhou as respostas dos leitores em uma newsletter, incluindo opiniões sobre o design thinking como um pré-requisito importante para a resolução colaborativa de problemas e a necessidade de desvincular a metodologia das pessoas que a utilizam. Leia o artigo em coreano aqui.
“The Invisible Balance Sheet” também repercutiu entre os leitores locais. O artigo incentiva organizações sem fins lucrativos a considerarem ativos e passivos que ficam fora do escopo de suas avaliações e declarações financeiras. A SSIR Coreia apresentou o artigo a diversas organizações, por meio de newsletters online e seminários presenciais, sugerindo a aplicação do modelo. Vários líderes do setor sentiram que o texto forneceu ferramentas necessárias para explicar as mudanças que estavam implementando de uma forma mais abrangente. Algumas organizações do país já aplicaram o modelo em seu próprio trabalho. Leia o artigo em coreano aqui. – Editores da SSIR Coreia
Este artigo demonstra como as grandes apostas – os maiores investimentos da filantropia – podem ampliar efetivamente o escopo das atividades das organizações sem fins lucrativos e aumentar sua influência a longo prazo. Dado o foco crescente na obtenção de impacto social genuíno e duradouro no mundo árabe, o texto aponta de forma útil que grandes investimentos pontuais não são suficientes e que o financiamento paciente e de longo prazo é essencial para que as organizações sem fins lucrativos façam avanços reais em questões sociais.
O artigo também destaca organizações que realizaram projetos filantrópicos significativos, ampliaram suas operações e aumentaram seu impacto ao trabalhar com governos e financiadores de longo prazo, além de atrair novas e substanciais fontes de financiamento de agências de ajuda bilaterais e multilaterais.
O alto número de visualizações do artigo na SSIR Arábia demonstra a relevância do tema para nossos leitores do Oriente Médio e do Norte da África e oferece algumas previsões sobre a direção do financiamento filantrópico. Leia o artigo em árabe aqui. – Amine Guettouche, gerente de conteúdo da SSIR Arábia
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