Debates: A filantropia estratégica falhou?

Debates: A filantropia estratégica falhou?

Ilustração de Adams Carvalho
Embora a filantropia estratégica tenha feito enormes avanços nos Estados Unidos, tanto em variedade de causas quanto em quantidade de recursos, não se notam melhoras proporcionais em causas fundamentais para a sociedade e o ambiente, segundo escrevem Mark Kramer e Steve Phillips no artigo de capa da edição 9 da SSIR Brasil.

Em “Onde a filantropia estratégica errou”, a dupla de autores, que tem uma longa atuação no setor, propõe um novo modelo, que chamam de “filantropia de empoderamento”, privilegiando a autodeterminação política e econômica de indivíduos e grupos sociais. Para eles, este é o caminho para garantir a emergência de uma democracia multirracial plena, que traria a real mudança sistêmica tão necessária.

A abordagem que Kramer e Phillips agora questionam é vastamente adotada no Brasil – em um contexto muito diferente do americano. Por isso, convocamos autores nacionais, com diferentes atuações no ecossistema filantrópico, a responder a seus argumentos, contextualizando as críticas do artigo. Leia os textos a seguir.

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Estratégica, não estática

Seria a substituição da filantropia estratégica pela filantropia de empoderamento, como Mark Kramer e Steve Phillips propõem, uma repetição de padrões e um modelo que desconsidera as mudanças dinâmicas do mundo? Para Richard Sippli, sim.

Por um olhar sistêmico

Segundo o autor, a filantropia, com todos os seus desafios no Brasil, precisa ser trabalhada de maneira integrada para que questões complexas como a erradicação da pobreza sejam, de fato, resolvidas.

Quem escolhe as causas?

Defendendo a filantropia de empoderamento, Paula Fabiani questiona: como dar protagonismo ao público-alvo dos recursos filantrópicos tendo como principal foco o progresso social?

Ser dono do impacto

A Redes da Maré, instituição de base comunitária com atuação em comunidades da Maré, no Rio de Janeiro, mostra que os recortes da desigualdade de recursos no Brasil reforçam a importância do protagonismo dos grupos socialmente vulneráveis.

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