Tempo, ciência e futuro

Entre pesquisas de ponta, novos cursos e parcerias com empresas, as universidades brasileiras se movem para a corrida da inteligência artificial. Para transformar saber acumulado em inovação prática, formar talentos e afirmar protagonismo estratégico na era da IA, a academia se mobiliza, sabendo que hesitar pode custar o lugar na história

A IA achada na rua

O debate sobre regulação da inteligência artificial no Brasil ainda se concentra na contenção de riscos, enquanto falta visão e articulação para torná-la força própria de desenvolvimento e inovação social. Mais do que importar soluções estrangeiras, é preciso unir diversidade cultural com ambição tecnológica e enfrentar o desafio de criar tecnologias enraizadas na cultura, na língua e nas necessidades reais do país – e construir uma IA que seja verdadeiramente brasileira

Visão de longo prazo, ação no presente

Na China e na Coreia do Sul, a inteligência artificial é parte de uma estratégia nacional de desenvolvimento, com metas compartilhadas entre governo, empresas e universidades. Em missão internacional, gestores brasileiros observaram como a tecnologia pode ser aliada na construção de políticas públicas eficazes, éticas e duradouras. No retorno ao Brasil, o desafio é traduzir inspiração em coordenação institucional – e colocar o futuro no horizonte da ação pública

O labirinto da decisão algorítmica

Ao operar como instituições, algoritmos moldam escolhas coletivas sem passar pelos filtros democráticos tradicionais. Traçam caminhos, impõem bloqueios, sugerem atalhos e afetam padrões de decisão – reorganizando a ação humana e política com regras que não foram debatidas, nem autorizadas. Concebê-los como instituições permite imaginar um movimento em direção à sua democratização, tarefa urgente para as sociedades que ainda desejam se governar