No segundo mandato de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, uma série de ações executivas têm revertido avanços relacionados à sustentabilidade. Apenas para mencionar alguns, Trump retirou os EUA do Acordo de Paris, tratado internacional para frear as mudanças climáticas; desmontou iniciativas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) do governo federal; e revogou o plano do ex-presidente Joe Biden para que 50% de todos os veículos novos vendidos no país fossem elétricos até 2030.
Diante deste contexto, as autoras Amanda Williams, Lucrezia Nava e Gail Whiteman discutiram a reação das empresas que operam nos Estados Unidos a essas e outras medidas. No artigo “Retrocessos na sustentabilidade não significam um retorno à estaca zero”, elas citam quatro reações principais: do lado negativo, há o abandono de alianças setoriais e compromissos relacionados à sustentabilidade, além da ocultação ou reformulação das metas corporativas para que se tornem mais amenas; do lado da resistência, há empresas que mantêm publicamente as suas intenções ou, ainda, que redobram os seus esforços em resposta aos retrocessos.
Convidamos cinco especialistas em sustentabilidade para discutir os impactos das medidas do presidente Trump para as empresas brasileiras. Perguntamos se a influência dos EUA seria capaz de fazer as companhias que atuam no Brasil reverem suas metas e compromissos relacionados à sustentabilidade. A seguir, as respostas.
Mesmo diante de retrocessos políticos, a sustentabilidade segue como prioridade estratégica para empresas atentas a riscos climáticos, sociais e regulatórios
Diante da onda de retrocessos liderada pelo governo Trump nos Estados Unidos contra políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), o Brasil precisa afirmar sua própria trajetória e não se deixar contaminar pelo ruído importado
Para que práticas ambientais e sociais se consolidem nas empresas, é preciso integrar a governança à estratégia de sustentabilidade – e não tratá-la como um apêndice
Apesar de não estar imune aos retrocessos, a discussão sobre DEI no Brasil deve ser olhada no contexto das profundas desigualdades históricas do país. As empresas devem assumir o papel de agentes ativos de mudança
Mesmo diante de retrocessos políticos, a sustentabilidade segue como prioridade estratégica para empresas atentas a riscos climáticos, sociais e regulatórios