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Aumentando a força de trabalho verde

Por Marianne Dhenin

Arborista aprendiz da Openlands, Grace Ehlinger prende sua corda de escalada enquanto sobe em um carvalho no Lincoln Park.

Há mais de 3,5 milhões de árvores na cidade de Chicago. Conforme a mudança climática se agrava, essa floresta urbana ganha um papel crucial na mitigação de seus efeitos, ao reduzir as temperaturas locais, aliviar a poluição do ar e controlar as águas pluviais.

Com sede em Chicago, a organização sem fins lucrativos Openlands cuida da floresta urbana da cidade desde 1963. Atenta à crise climática, essa organização tem como o mais recente compromisso o programa Arborist Registered Apprenticeship (Aprendizado do Arborista Registrado), lançado em 2021. Entrando em seu terceiro ano, o programa é focado na criação de uma força de trabalho verde diversificada e sustentável.

“Se desejamos que as pessoas cuidem da floresta urbana e a administrem ativamente, uma forma de fazer isso é introduzi-las em carreiras bem remuneradas”, diz Michael Dugan, diretor florestal da Openlands.

O primeiro programa registrado em Illinois oferece três anos de treinamento remunerado em arboricultura e silvicultura urbana e suporte de transição para que os participantes tenham empregos estáveis após o treinamento.

Antes de iniciar o programa, a Openlands vinha treinando havia cinco anos indivíduos interessados em carreiras ecológicas. Na busca por formalizar um programa sob medida para esse treinamento, a organização recorreu à Federação do Trabalho de Chicago (CFL, na sigla em inglês) para obter assistência técnica e financiamento. Força de trabalho sem fins lucrativos, a CFL é uma organização de desenvolvimento econômico que apoia vários programas de aprendizado em áreas tão diversas quanto ciência culinária e manufatura avançada.

A CFL auxiliou a Openlands a se conectar e pedir financiamento federal da lei Workforce Investment Act por meio da Chicago Cook Workforce Partnership, que administra os fundos federais de emprego e treinamento da região. A Openlands também recebe apoio corporativo, contribuições individuais e financiamento de fundações, como a Hamill Family Foundation e a Illinois Clean Energy Community Foundation.

Eileen Vesey, diretora do programa CFL Workforce and Community Initiative, observa que o programa de aprendizado aborda a força de trabalho, o desenvolvimento comunitário e as necessidades relacionadas às mudanças climáticas, ao mesmo tempo que coloca os aprendizes em carreiras promissoras. “Este é apenas o ponto de partida”, diz Vesey. “Dependendo de quais são seus objetivos e interesses, você estará ingressando em uma ocupação na qual terá outras oportunidades de crescimento.”

O programa é dividido em dois segmentos: um ano de treinamento prático e em sala de aula com a Openlands e dois anos com um empregador secundário para treinamento adicional. Dugan relata que durante o primeiro ano os aprendizes “constroem uma base de conhecimento sobre árvores” por meio de aulas que são “ministradas por parceiros da indústria e arboristas internos”.

O programa também recebe financiamento via Openlands e apoio de parceiros empregadores secundários, como parques privados e empresas comerciais de manutenção de árvores, que empregam e treinam aprendizes no segundo e terceiro anos do programa. Esses parceiros recebem benefícios, incluídos créditos fiscais, suporte financeiro para capacitação e uma seleção de candidatos aprendizes com um ano de treinamento rigoroso em sala de aula e credenciais específicas do setor para as vagas.

A Openlands e os parceiros do projeto também investem no desenvolvimento de uma força de trabalho mais diversificada que reflita as comunidades da área de Chicago. De acordo com dados da plataforma digital de empregos Zippia, mais de 70% dos arboristas nos Estados Unidos são brancos e 93% são homens.

Esse compromisso com a diversidade atraiu Emmanuel Gamez, um aprendiz de 32 anos da segunda turma, para o programa Openlands. “Não há muitas oportunidades de treinamento para grande parte da comunidade latinx que trabalha no setor, então o progresso na carreira não ocorre onde deveria”, observa ele. O programa Openlands está “definitivamente oferecendo uma vantagem às pessoas sub-representadas e marginalizadas do setor”, acrescenta.

Para manter as barreiras à participação tão baixas quanto possível, a CFL paga pela assistência de transporte de e para as aulas e outros compromissos relacionados ao programa. Os aprendizes recebem pacotes competitivos de emprego, incluído aumento salarial estruturado a cada seis meses. Além disso, têm acesso a feiras de carreira e oportunidades significativas de networking, como a reunião anual da Illinois Arborist Association.

Essas oportunidades são vitais para aprendizes sem conexões ou conhecimento das normas da atividade. “As pessoas que estão fora desse espaço não estão cientes das oportunidades ou de quais são as trilhas para a carreira”, observa Vesey.

Para garantir a longevidade do programa, a Openlands planeja incluir mais parceiros de trabalho secundários. Vesey afirma estar confiante de que o programa tem potencial para crescer porque é “uma vitória para todos”, que beneficia o clima, as comunidades, os aprendizes e os empregadores.

 

A AUTORA

Marianne Dhenin é jornalista e escreve sobre justiça social e ambiental.



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