Colaboração

Mais apoio ao jornalismo sem fins lucrativos

Uma aliança de pequenos veículos jornalísticos sem fins lucrativos nos EUA quer tornar o financiamento de mídias mais equitativo para salvar o setor de notícias

Por kyle coward

Cofundador do Instituto de Jornalismo sem Fins Lucrativos de Boston (Binj), Jason Pramas liderou a criação da Aliança de Veículos de Notícias sem Fins Lucrativos (Anno)
Cofundador do Instituto de Jornalismo sem Fins Lucrativos de Boston (Binj), Jason Pramas liderou a criação da Aliança de Veículos de Notícias sem Fins Lucrativos (Anno)

Jason Pramas sabe bem como funciona uma publicação independente e sem fins lucrativos. Fotojornalista e editor veterano na mídia alternativa de Boston, no estado de Massachusetts (EUA), Pramas é diretor-executivo e cofundador do Instituto de Jornalismo sem Fins Lucrativos de Boston (Binj, na sigla em inglês), criado em 2015 para oferecer oportunidades de colaboração e recursos financeiros para repórteres, redatores e publicações comunitárias independentes. 

Pramas também atuou como editor do semanário alternativo DigBoston de 2017 a 2023. A publicação estava endividada quando ele e outros investidores a compraram em 2017, mas já prestes a se tornar lucrativa no início de 2020. Então a covid-19 chegou, dizimando os contratos de publicidade da publicação em março daquele ano e novamente em abril de 2022, durante o pico da variante ômicron, quando o semanário passou a ser exclusivamente digital.

Em 2020, o DigBoston recebeu US$ 150 mil em assistência emergencial da Administração de Pequenas Empresas dos Estados Unidos (SBA, na sigla em inglês) para se manter à tona, e outros US$ 50 mil em 2021. Mas com o fim do programa de empréstimos da agência governamental no início de 2022, Pramas ficou sem opções para manter a publicação viva. “Foi um ano terrível. O jornalismo está agora em colapso terminal. Em 2022, isso já era evidente”, diz.

Muitos veículos de notícias sem fins lucrativos dependem de subsídios de fundações. Pramas acreditava que havia desigualdade na distribuição desses recursos, afirmando que publicações maiores e reconhecidas em âmbito nacional eram privilegiadas pelos financiadores em detrimento de mídias menores e locais.

Sua afirmação estava correta. De acordo com uma análise de 60 veículos de notícias independentes, realizada em 2019 pelo jornalista australiano Bill Birnbauer, três grandes veículos – ProPublica, Center for Public Integrity e Center for Investigative Reporting – receberam 40% do financiamento total de fundações e doadores ao longo de um período de sete anos. Entre as 60 organizações pesquisadas, apenas um terço delas concentrava, em conjunto, 90% dos recursos.

“Embora o número de veículos de notícias sem fins lucrativos tenha aumentado na última década e o financiamento do setor tenha crescido de modo geral, muitas organizações que estão preenchendo lacunas na reportagem local ainda não convenceram uma quantidade suficiente de fundações sem tradição de financiamento de mídia, filantropos ricos e doadores menores a apoiá-las”, explica Birnbauer.

Em julho de 2022, Pramas publicou um ensaio no site do Binj pedindo aos financiadores que apoiassem veículos noticiosos sem fins lucrativos de forma mais equitativa. “Para ao menos adiar nossas crises terminais de financiamento, precisamos de dinheiro de grandes financiadores do jornalismo”, escreveu ele. “E precisamos que todos os veículos recebam a mesma quantia.”

Pramas mantinha uma comunicação frequente com outros atores do mundo do jornalismo sem fins lucrativos que compartilhavam sua opinião de que veículos menores eram negligenciados por grandes financiadores. A partir dessas discussões, o Binj e 16 organizações formaram a Aliança de Veículos de Notícias sem Fins Lucrativos (Anno, na sigla em inglês) em agosto de 2023.

Hoje com 45 membros, a Anno defende a distribuição de mais financiamento diretamente aos veículos sem fins lucrativos e que os recursos atendam a propósitos operacionais mais gerais, em vez de se destinarem a projetos – o que, segundo Pramas, pode resultar em menores quantias de apoio financeiro. “Precisamos que todos recebam algum dinheiro. Se isso não acontecer, a maioria de nós vai entrar em colapso nos próximos anos”, argumenta.

É de se lamentar, porém, que a Anno não tenha sido criada a tempo de salvar o DigBoston, que fechou em junho de 2023. No entanto, Pramas prevê que a entidade será vital para ajudar outras publicações a escapar do destino que atingiu o DigBoston. “Se conseguirmos observar um aumento geral no financiamento – tanto no valor como no número de veículos beneficiados –, sentiremos que desempenhamos um papel nisso”, diz.

 

Estrutura igualitária

 

A nno é uma organização de voluntários sem conta bancária – não exige taxas de adesão e não tem funcionários nem diretores. Membros em potencial podem simplesmente solicitar sua afiliação, com o único requisito de que outra entidade integrante da Anno apoie sua candidatura. Pramas afirma que essa estrutura horizontal é mais propícia à cooperação entre os membros. “Uma estrutura desse tipo ajuda a criar e a sustentar uma cultura interna muito democrática. Isso encoraja os veículos associados a expressarem suas opiniões de uma maneira que não podem fazer em organizações dominadas por fundações, dirigidas por uma equipe e integradas de forma vertical”, afirma o jornalista.

Dana Amihere é fundadora e diretora-executiva do AfroLA, um site de jornalismo de dados que se concentra em questões sociais importantes para a população negra de Los Angeles. De início, ela sentiu-se atraída pela abordagem igualitária da Anno. “No geral, trata-se de ter acesso a pessoas que compartilham as mesmas experiências ao fazer jornalismo local. Pode ser que não cubramos as coisas da mesma maneira, e as pessoas com quem trabalho podem não refletir exatamente aquelas com quem eles trabalham. Mas enfrentamos algumas das mesmas dificuldades”, explica.

A maioria dos membros da Anno se concentra na Costa Leste dos Estados Unidos e faz uma cobertura jornalística variada – alguns veículos divulgam notícias gerais e outros são especializados em questões como direito, meio ambiente e segurança alimentar. “Somos uma associação de pequenos editores de notícias que estão combatendo o bom combate e fazem isso todos os dias”, diz Amos Gelb, editor da American Witness, um dos membros fundadores da Anno e matriz dos sites de jornalismo de dados sobre justiça criminal DC Witness e Baltimore Witness.

A infraestrutura de comunicação da associação – gerenciada pela Binj – é relativamente simples, de baixa tecnologia, composta por uma lista de discussão gratuita e um site hospedado em uma plataforma que custa cerca de US$ 300 por ano. Os custos do site são financiados por um membro anônimo da Anno, com dinheiro próprio, e as reuniões e workshops são realizados pelo Zoom e pelo Google Meet.

 

Um setor sob pressão

 

Um estudo de 2024 da Escola de Jornalismo Medill da Universidade Northwestern constatou que 206 condados dos EUA não tinham um único veículo jornalístico – impresso, televisivo, radiofônico ou digital – e cerca de metade de todos os condados do país tinha apenas um. 

O aumento dos desertos de notícias também ocorreu à medida que muitos veículos locais e nacionais diminuíram sua força de trabalho. De acordo com dados da empresa de transição de carreira Challenger, Gray & Christmas, em 2023 mais de 2,6 mil funcionários foram demitidos até novembro – um número pelo menos um terço maior que os cortes de pessoal feitos durante o mesmo período nos dois anos anteriores.

A retração afetou importantes veículos de grande porte pertencentes a conglomerados corporativos, e os dados do setor sugerem que publicações menores – em especial aquelas sem fins lucrativos – poderiam estar em uma posição crucial para liderar o futuro da indústria de notícias, mantendo assim sua importância para o público. O Instituto de Notícias sem Fins Lucrativos (INN, na sigla em inglês), que representa mais de 475 mídias independentes, relatou um grande aumento no número de redações sem fins lucrativos em todo o país desde 2009. Muitos veículos sem fins lucrativos se beneficiaram de um aumento no financiamento de fundações. Um estudo de 2023 liderado pela Universidade de Chicago constatou que as doações para redações aumentaram 15% desde 2018 nos EUA. Desses financiadores, 64% declararam preferência por doar para organizações sem fins lucrativos, enquanto apenas 2% preferiram empresas com fins lucrativos. Além disso, uma pesquisa de 2024 com os membros da INN – mais de 70% dos quais têm como foco principal o jornalismo online – constatou que cerca de três quartos aumentaram ou mantiveram sua receita em 2023, em relação ao ano anterior, e que os membros menores mostraram um crescimento mais significativo que os veículos maiores.

Os dados tendem a reforçar o argumento de que pequenos veículos jornalísticos sem fins lucrativos podem desempenhar um papel fundamental no futuro do setor de notícias dos EUA, se receberem o apoio financeiro e os recursos necessários para fazê-lo. Com base nos dados, talvez este seja o melhor momento para uma aliança como a Anno se fazer ouvir.

 

O jogo do financiamento

 

Publishers e editores de veículos afiliados à Anno não se abstêm de críticas aos financiadores do jornalismo, que costumam favorecer redações maiores. Reprovam não apenas benfeitores proeminentes, mas também organizações como o INN, que ajuda a arrecadar e distribuir fundos de doadores para veículos noticiosos. Alguns afiliados à Anno também são membros do INN, bem como de outras organizações influentes do setor, como a Local Independent Online News (Lion) Publishers, que possui mais de 575 membros nos EUA e no Canadá. 

Pramas suspeita que a postura da Anno torna alguns pequenos veículos sem fins lucrativos cautelosos em relação às possíveis consequências de criticar os patrocinadores da indústria. “Existe um grande medo entre as mídias jornalísticas sem fins lucrativos de que, se trabalharem conosco, serão punidas”, diz ele. “Isso é meio que uma piada entre a gente, porque pensamos: ‘Bem, a maioria de nós já não está recebendo dinheiro mesmo’.” 

Muitos veículos de notícias sem fins lucrativos recebem financiamento por meio do NewsMatch, uma iniciativa coordenada pelo INN e apoiada por 22 grandes fundos, fundações e organizações. A iniciativa equipara doações individuais com contribuições feitas por financiadores, que são então distribuídas para organizações participantes a cada ano. O Nieman Journalism Lab, da Universidade Harvard, já classificou o NewsMatch como a “campanha de arrecadação de fundos mais importante” para muitas dessas organizações.

O NewsMatch arrecadou mais de US$ 330 milhões desde sua criação em 2017, com 391 membros participantes em 2024. No entanto, a iniciativa foi criticada por alguns afiliados à Anno pelos níveis díspares de fundos de equiparação (matching funds) concedidos a membros do INN de portes variados.

Tanto o Binj como a American Witness participaram do NewsMatch, embora Gelb tenha descoberto que a generosidade do projeto “foi  diminuindo” ao longo do tempo para alguns veículos que não são de grande porte, enquanto “o INN seguiu crescendo cada vez mais”. As impressões de Gelb são compartilhadas por Joanna Detz, editora da ecoRI, um site de notícias no estado de Rhode Island que se concentra em questões ambientais e de justiça social. Falando ao Nieman Lab em 2024, Detz disse que, embora “no geral, o NewsMatch seja ótimo”, ela acredita que os fundos de equiparação da iniciativa ficam “cada vez menores a cada ano, à medida que mais redações se juntam ao INN”.

Pramas também tem críticas ao processo de inscrição do NewsMatch, alegando que a burocracia envolvida pode ser demasiado complexa para entidades como o Binj. Ele estima que, em 2021, a equipe do instituto levou de 25 a 30 horas para concluir o processo. Essas frustrações que Pramas e seus colegas compartilhavam entre si acabaram por lançar as bases para a formação da Anno. “Nós só queríamos um canal aberto para falar entre nós”, diz ele.

 

A filantropia presta atenção

 

Karen Rundlet foi diretora do programa de jornalismo da Fundação Knight, uma financiadora do NewsMatch, antes de se tornar CEO do INN em 2023. Ela afirma que o INN é transparente com os membros sobre o processo de avaliação dos candidatos do NewsMatch e reconhece que pode ser um processo competitivo. Acredita que algumas críticas ao NewsMatch vêm daqueles que percebem a organização como semelhante a um financiador ou um gatekeeper – que define quem tem acesso aos recursos – entre redações e doadores, em vez de uma entidade com recursos para conectar veículos aos apoiadores de uma maneira mais direta do que seria possível de outra forma. 

Rundlet argumenta que, ao buscar apoio financeiro, veículos menores precisam demonstrar aos financiadores que têm um modelo de negócio com potencial de crescimento. “Quando a competição é maior, você precisa ser mais forte. Não basta fazer bom jornalismo. É preciso ter também um plano de negócios por trás disso”, alerta.

Enquanto estava na Fundação Knight, Rundlet se reuniu com membros da Anno para discutir questões que os preocupavam e diz que acolhe futuras conversas. Conta que, desde que se tornou CEO, dialogou com representantes de pelo menos 50 veículos membros do INN – incluindo alguns da Anno. Segundo ela, no geral, membros do INN lhe deram um retorno positivo sobre o NewsMatch. “Eu realmente quero ouvir o que têm a dizer aqueles com orçamentos menores”, afirma.

Um dos benfeitores mais notáveis do setor de notícias nos EUA é a Fundação MacArthur, que, juntamente com a Fundação Knight, atua como financiadora do NewsMatch. Silvia Rivera é diretora de notícias locais da MacArthur e, como Rundlet, está aprendendo mais sobre a missão da Anno à medida que ganha experiência em seu cargo, que assumiu em fevereiro de 2024. “Assim como qualquer organização ou movimento, eles nasceram de uma necessidade e estão tentando atendê-la usando sua voz”, diz Rivera. 

Ela e seus colegas da MacArthur esperam que redações menores possam se beneficiar do Press Forward, iniciativa lançada em 2023 para fornecer apoio financeiro a organizações de jornalismo local. Composto por uma coalizão de mais de 60 financiadores de mais de 20 unidades federativas dos EUA, o Press Forward se comprometeu a investir US$ 500 milhões em veículos locais, incluindo aqueles afiliados à Anno.

A MacArthur e a Fundação Knight estão entre os principais financiadores do Press Forward. As doações da coalizão estão disponíveis para veículos noticiosos com e sem fins lucrativos com orçamentos anuais de até US$ 1 milhão. O Press Forward lançou uma convocatória no primeiro semestre de 2024 para veículos que atendessem a esse limite orçamentário, e os destinatários foram anunciados no segundo semestre. Nesse grupo inicial, foram concedidos US$ 20 milhões para 205 veículos, a maioria dos quais recebeu US$ 100 mil cada um.

Dale Anglin, diretora do Press Forward, acredita que a iniciativa pode ajudar a conter a onda de fechamentos entre as mídias locais. “Acreditamos que existem várias soluções para os problemas atuais”, diz ela. As estratégias de sua organização incluem fornecer mais recursos aos veículos, apoiar os esforços de equidade e diversidade e melhorar a acessibilidade a notícias para os cidadãos em áreas consideradas desertos de notícias.

Inicialmente, o Press Forward planejava fornecer doações para cem redações. Embora meios sem fins lucrativos tenham obtido menos financiamento (41%) que aqueles com fins lucrativos, Pramas acredita que o trabalho de incidência da Anno influenciou o Press Forward a mais que dobrar sua meta inicial de concessão. “Há indícios de que a existência da Anno teve efeito positivo ao direcionar financiadores de jornalismo para o tipo de mudança que apoiamos”, escreveu Pramas no site da Anno em dezembro de 2024, observando que ele havia se reunido com Anglin no início do ano para expressar suas preocupações sobre o financiamento do setor de notícias.

 

Olhar para o futuro

 

Assim como Rundlet e muitos líderes no mundo da captação de recursos para o jornalismo, Anglin ainda está se familiarizando com a Anno. Ela acolhe a presença da aliança, mas ressalta que ela e seus colegas têm de estar atentos às necessidades de muitos pequenos veículos que operam no vasto ecossistema do jornalismo sem fins lucrativos. “A Anno representa um segmento” dessas organizações, diz. “Quando conversamos com qualquer pequeno grupo, queremos garantir que estamos sendo justos, e é por isso que fizemos a convocatória. A Anno será convidada, mas outros também serão.”

Embora a Anno tenha expandido sua base de membros, vários se desligaram do grupo devido a divergências. Um deles foi o AfroLA, que saiu em dezembro de 2024. “Eles estão tentando realmente desafiar e ampliar a narrativa”, disse Amihere antes de deixar a aliança. “Mas o que acontece depois disso? Quais são os próximos passos? Sou alguém que sempre pensa adiante. E me pergunto: para onde vamos depois?” Amihere ressalta que o AfroLA não rompeu sua relação com a Anno em maus termos e deseja sucesso ao grupo.

Uma pessoa que acredita muito no futuro da associação é Alice Dreger, fundadora e ex-editora do East Lansing Info, site de jornalismo investigativo do estado do Michigan, um dos membros fundadores da Anno. Dreger, que se aposentou da publicação em 2023, está otimista de que a entidade possa mobilizar meios jornalísticos locais sem fins lucrativos em todo o país para abordar questões de financiamento. 

“A Anno já é um sucesso”, afirma Dreger, que agora dirige o site Local News Blues e atua como conselheira do The Shoestring, um veículo membro da Anno que cobre o oeste de Massachusetts. “A aliança é extremamente bem-sucedida em termos de gerar visibilidade, e o apoio entre os pares é extraordinário. Acho que isso fica claro quando vemos que todos os membros continuam conversando entre si.”

O editor Brian Zayatz e a repórter Sarah Robertson, do The Shoestring, um veículo de jornalismo sem fins lucrativos
O editor Brian Zayatz e a repórter Sarah Robertson, do The Shoestring, um veículo membro fundador da Anno, em evento na Universidade de Massachusetts Amherst em abril de 2023

Embora os membros da Anno apoiem seu ethos igualitário, alguns questionam se um grupo sem estrutura de gestão ou equipe pode, de fato, conquistar financiadores e obter mais recursos e apoio financeiro para pequenos veículos jornalísticos sem fins lucrativos. “Não duvido da dedicação, da sinceridade ou da necessidade deles”, afirma Chris Krewson, diretor-executivo da Lion. “Acredito, no entanto, que é preciso existir uma equipe dedicada para promover mudanças. Para atender a essa necessidade tão grande, é necessário que haja pessoas comprometidas exclusivamente com essa missão.”

Pramas adota uma visão de longo prazo ao avaliar o futuro da Anno, considerando que a organização poderia, eventualmente, assumir alguns serviços convencionais de apoio a negócios. Propõe, por exemplo, que a Anno possa oferecer assistência contábil para organizações menores – algo que, de outra forma, poderia ser inviável em termos de tempo e custo –, financiada com recursos captados em vez de cobrada diretamente dos veículos. Pramas também não descarta a contratação de pessoal, caso a aliança se expanda para diferentes regiões.

A possibilidade de a Anno adotar uma mentalidade de gestão mais convencional pode se concretizar caso a entidade amplie sua base de membros e recursos a ponto de atrair grandes doadores e viabilizar oportunidades de financiamento a outros veículos. Esse modelo não seria muito diferente do que o INN e a Lion já fazem para seus associados. Pramas explica: “Reconhecemos a situação em que as pessoas se encontram. Começamos a ver as coisas também do ponto de vista de quem administra as instituições que estamos criticando”. 

 

O autor

Kyle Coward é redator e profissional da comunicação baseado em Chicago. Já escreveu para Chicago Tribune, The Atlantic e Reuters, entre outras publicações.

 

*Artigo publicado originalmente na edição 12 da SSIR Brasilleia aqui a edição completa

 

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