A realização da 30ª Conferência entre as Partes (COP) em Belém (PA) marcou um momento histórico para o Brasil e para a diplomacia climática global, pois foi a primeira vez que o bioma amazônico sediou as discussões. No entanto, o simbolismo desse encontro e o resultado das negociações não bastam por si só. Em um cenário de aquecimento acelerado da temperatura global, desigualdades agravadas e impactos já visíveis no cotidiano das populações, é preciso ir além das aparências, transformando compromissos em políticas públicas, investimentos e mudanças reais.
Por isso, a Stanford Social Innovation Review Brasil convidou especialistas que acompanharam de perto os debates, negociações e tensões da conferência para responder a uma pergunta central: a partir dos resultados da COP 30, o que deve ser feito para alcançar ações efetivas na luta contra as mudanças climáticas? A seguir, reunimos análises que ajudam a compreender caminhos possíveis, prioridades urgentes e as escolhas que determinarão se o Brasil e o mundo serão capazes de honrar a promessa de um futuro climático seguro e justo.
Respostas

COP30 em Belém: o mapa do caminho somos nós
Por Greta Salvi
“Ainda que as negociações não respondam com agilidade às maiores urgências da nossa geração, as COPs seguem sendo um espaço multilateral que oferece direcionamento, linguagem comum e marcos negociados. Neste ano ficou evidente que a implementação real acontece nos territórios, com organizações da sociedade civil, academia, filantropia, setor privado e público em níveis nacionais e subnacionais. Em Belém, diversas iniciativas concretas apresentaram caminhos viáveis e ágeis para enfrentar desafios climáticos onde os textos e metas negociados não chegam.”
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Por Kamila Camilo (Instituto Oyá)
“Para avançar, será preciso que países assumam compromissos mais claros, mesmo que politicamente custosos: metas explícitas de eliminação de combustíveis fósseis, compromisso público com desmatamento zero, planos concretos de transição energética e proteção aos povos vulneráveis. A COP30 perdeu a chance de consolidar tais compromissos, mas abriu espaço para uma nova rodada de negociações em poucos meses. As próximas conversas devem ser guiadas por coragem política, não apenas diplomacia protocolar.”
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Ação climática pós-COP30 exige escala, financiamento e políticas públicas
Por Renata Piazzon e Lívia Pagotto (Instituto Arapyaú)
“O texto final do encontro, batizado de Decisão Mutirão, expôs tanto limitações quanto avanços. Retirou a menção explícita aos combustíveis fósseis, revelando o impasse geopolítico, mas abriu espaço para que o Brasil lidere, em 2026, dois planos estratégicos essenciais: o da transição energética, para afastar o mundo dos combustíveis fósseis, e o da reversão do desmatamento.”
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Mobilização parlamentar na COP30 fortalece a agenda de implementação climática
Por Samantha Costa e Beatriz Pagy (Clima de Política)
“Com os avanços limitados da COP30, torna-se ainda mais urgente compensar a falta de ambição por meio da ação política nacional, estadual e municipal, além da ampliação e diversificação dos espaços de incidência. O crescente comprometimento de lideranças parlamentares com essa agenda renova a confiança de que a implementação continuará além da Conferência.”
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Precisamos garantir recursos para soluções climáticas de grupos e comunidades do Sul Global
Por Juliana Tinoco, Jonathas Azevedo e Mônica C. Ribeiro (Alianza Socioambiental Fondos del Sur e Rede Comuá)
“Embora consensos importantes sobre combustíveis fósseis e desmatamento tenham, mais uma vez, ficado de fora dos documentos oficiais da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, alguns pontos inéditos nos textos oficiais da COP30, realizada em novembro em Belém, no Pará, têm sido celebrados como uma vitória da sociedade civil. Pela primeira vez, eles trazem menções a afrodescendentes e reconhecimento de direitos territoriais indígenas, destacando sua contribuição na conservação e no uso sustentável da natureza.”
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