Coragem e colaboração para construir o futuro

Diante dos cortes drásticos do governo estadunidense nos investimentos sociais e das ameaças à sociedade civil, lideranças da filantropia nos Estados Unidos e no Brasil compartilham estratégias para reagir e fortalecer o setor
Ilustração de Brian Stauffer

O setor sem fins lucrativos dos Estados Unidos enfrenta uma crise sem precedentes, com efeitos que se fazem sentir ao redor do mundo. Desde o início de 2025, o governo estadunidense promoveu cortes drásticos em investimentos sociais, retirando recursos e desmantelando organizações e programas que atendem populações vulneráveis tanto nos Estados Unidos como em outros países. Somam-se aos cortes as ameaças de políticas fiscais que podem comprometer ainda mais a atuação de organizações do terceiro setor, fundações e instituições filantrópicas.

Em face desse cenário, muitos no setor filantrópico têm se mobilizado. Alguns se manifestaram publicamente contra os cortes e anunciaram aumentos em suas doações; outros buscaram novas colaborações ou decidiram utilizar integralmente seus fundos. Ainda assim, a dimensão das perdas potenciais é enorme e as políticas punitivas são deliberadamente projetadas para intimidar o setor.

Para ajudar filantropos e seus parceiros a refletirem sobre esse contexto, a Stanford Social Innovation Review, em colaboração com a Fundação John D. e Catherine T. MacArthur, reuniu uma coletânea de artigos que propõem respostas possíveis da filantropia à retração do Estado e à crise do espaço cívico nos Estados Unidos. Nesta edição da Stanford Social Innovation Review Brasil, convidamos vozes da filantropia brasileira para ampliar essa discussão. Beatriz Bracher e Rafael Poço, do Instituto Galo da Manhã, Anna Nascimento, da Porticus, e Hugo Aguilaniu, do Instituto Serrapilheira, compartilham reflexões e estratégias que dialogam com os desafios e as oportunidades do momento atual, no Brasil e no mundo.


A filantropia deve intensificar doações e ampliar colaborações

Por John Palfrey (Fundação John D. e Catherine T. MacArthur)


A resposta do setor aos cortes em financiamento do governo dos Estados Unidos e às ameaças contra liberdades fundamentais deve começar com uma atitude simples: doar mais.

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Entre o urgente e o essencial: a filantropia brasileira diante dos ventos iliberais

Por Beatriz Bracher e Rafael Poço (Instituto Galo da Manhã)

A filantropia pode reagir ao populismo antidemocrático e reconstruir o espaço público por meio do apoio estável à sociedade civil e da formação de coalizões amplas.

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Repensar a perpetuidade para investir no presente

Por Michelle Morales (Woods Fund Chicago)

Em meio a uma crise, como as fundações podem justificar que a perpetuidade continue sendo uma meta? Aumentar as doações caminha lado a lado com uma abordagem de filantropia baseada na confiança, que prioriza o apoio a nossos parceiros

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