Retratos do Mundo

Mais de 100 milhões de pessoas no mundo foram forçadas a deixar suas casas este ano. Conflitos, guerras, violência e também as mudanças climáticas obrigaram homens, mulheres e crianças de todas as idades a deixar seus lares, laços e afetos, segundo dados da Agência da ONU para Refugiados. A partida é difícil, e a chegada traz novos desafios.

Acolher os que chegam com suas diferentes culturas significa expansão, crescimento e diversificação. Em São Paulo, o projeto Cores do Mundo, da ONG Estou Refugiado, presta homenagem à coragem e à determinação dos refugiados. São obras de 15 artistas, como Ezatullah Matin Wakily, que chegou recentemente ao Brasil fugido do Talibã. O retrato de uma noiva da Nigéria do designer gráfico e fotógrafo afegão abre uma janela que amplia o olhar e a sensibilidade para outras nuances do mundo.

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O ônibus do ursinho de pelúcia

Mais de quatro milhões de refugiados fugiram da Ucrânia desde a invasão russa no final de fevereiro, e mais da metade deles são crianças. Para esses jovens, especialmente para aqueles que fugiram enquanto um ou mais pais ficaram para trás para lutar, os momentos de esperança e alegria são poucos e distantes.

Aqueles que chegam a Záhony, na Hungria, como a criança na foto acima, receberam uma dessas surpresas com o presente de um ursinho de pelúcia ou adorável peluche, cortesia do “Teddy Busz”. O motorista do ônibus e fundador do projeto, o residente do Reino Unido David Fricker, e três amigos dirigiram com mais de 3.000 brinquedos de pelúcia que haviam coletado de doações públicas de Weston, Reino Unido, para Záhony, onde os distribuíram na estação de trem.

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A vida em jogo

Demarcada há 30 anos, a terra Yanomami continua sob ameaça crescente. Distribuída entre os estados de Roraima e Amazonas, a maior terra indígena do país vive seu pior momento de garimpo ilegal desde a homologação do território, segundo a Hutukara Associação Yanomami. Em relatório de 2021, a associação aponta a invasão garimpeira como causa de violações sistemáticas de direitos humanos das comunidades que vivem ali, com impactos e consequências assustadores.

Em viagem no mês de julho pelo Rio Maturacá, no Amazonas, o fotógrafo especializado em povos indígenas Renato Soares captou um momento de extrema beleza envolvendo jogo e vida: a brincadeira de crianças yanomami nas águas limpas e ainda livres de mercúrio do rio.

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