Entre pesquisas de ponta, novos cursos e parcerias com empresas, as universidades brasileiras se movem para a corrida da inteligência artificial. Para transformar saber acumulado em inovação prática, formar talentos e afirmar protagonismo estratégico na era da IA, a academia se mobiliza, sabendo que hesitar pode custar o lugar na história
O debate sobre regulação da inteligência artificial no Brasil ainda se concentra na contenção de riscos, enquanto falta visão e articulação para torná-la força própria de desenvolvimento e inovação social
Em missão internacional na China e na Coreia do Sul, gestores brasileiros observaram como a tecnologia pode ser aliada na construção de políticas públicas eficazes, éticas e duradouras. No retorno ao Brasil, o desafio é traduzir inspiração em coordenação institucional – e colocar o futuro no horizonte da ação pública
O neurocientista e futurista Álvaro Machado Dias explica como a IA pode transformar nosso modo de pensar, aprender e viver – e os desafios sociais que emergem dessa transformação
Ao operar como instituições, algoritmos moldam escolhas coletivas sem passar pelos filtros democráticos tradicionais. Traçam caminhos, impõem bloqueios, sugerem atalhos e afetam padrões de decisão – reorganizando a ação humana e política com regras que não foram debatidas, nem autorizadas. Concebê-los como instituições permite imaginar um movimento em direção à sua democratização, tarefa urgente para as sociedades que ainda desejam se governar
A inteligência artificial pode ser instrumento de transformação social ou mais uma fronteira de exclusão. Para que seja uma aliada das organizações da sociedade civil, é preciso derrubar barreiras técnicas, financeiras e políticas que ainda excluem milhões de pessoas dessa tecnologia
Com sua heterogeneidade cultural, genética, social e ecológica, o Brasil surge como exemplo de solo prolífico para a criação de sistemas de inteligência artificial mais robustos, capazes de mitigar vieses e exclusões, responder a realidades locais e oferecer soluções globais mais humanas, sustentáveis e alinhadas aos desafios do nosso tempo
No processo educacional, o decisivo não é a tecnologia, mas quem a controla e a desenha. Oferecer a velha educação com uma roupagem tecnológica, embora lucrativo e fácil, não garante preparar as crianças para os grandes desafios que terão de enfrentar
A chegada da inteligência artificial às escolas provoca entusiasmo, mas exige cautela. Sem evidências claras sobre os impactos pedagógicos, cresce o risco de a IA reproduzir desigualdades e desviar a escola de seu propósito fundamental: formar cidadãos críticos, criativos e livres
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