Como revitalizar parcerias intersetoriais? Organizações brasileiras comentam

Parcerias entre poder público, iniciativa privada e organizações sociais costumam travar quando metas, papéis e valores se desencontram. Na edição 13 da SSIR Brasil, convidamos representantes de organizações brasileiras para compartilhar suas experiências e comentar sobre um modelo prático que visa revitalizar essas parcerias

Parcerias entre poder público, iniciativa privada e organizações sociais costumam travar quando metas, papéis e valores se desencontram. Na edição 13 da Stanford Social Innovation Review Brasil, os autores Mohamed Hassan Awad, Mabel Sanchez e John Parsons apresentam um roteiro prático para recuperar iniciativas que perderam tração. Trata-se do Strategic Seeding of Latent Capacity (SSLC, ou ativação estratégica de capacidades latentes, em tradução livre), descrito no artigo Como recuperar parcerias intersetoriais de baixo desempenho.

Convidamos representantes de organizações brasileiras para comentar esse modelo e compartilhar suas experiências. Rodrigo “Kiko” Afonso, da Ação da Cidadania; Maria Siqueira, Elisangela Machado, Georgia Pessoa e Ricardo Mota, do Pacto Contra a Fome; e Fábio Müller, do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS), trazem suas perspectivas. Acesse os artigos completos abaixo:


Reimaginar as parcerias intersetoriais

“Na Ação da Cidadania, temos lidado com parcerias intersetoriais há décadas, com governos, empresas, fundações e movimentos sociais. Em todas elas, a primeira lição que aprendemos foi simples, mas transformadora: não há parceria verdadeira quando o território é apenas executor e não autor.”

Por Rodrigo “Kiko” Afonso, diretor-executivo da Ação da Cidadania


Do local ao sistêmico

“O Pacto Contra a Fome (PCF), que atua desde 2023 como uma coalizão suprapartidária e multissetorial, incorporou a cooperação intersetorial não só como método, mas como valor orientador de sua prática. No Ceará, onde trabalha há dois anos no desenvolvimento de um modelo nacional de referência para o combate à fome, a aplicação de estratégias similares às propostas pelos autores do artigo revelou caminhos concretos para enfrentar desafios complexos e persistentes relacionados às parcerias intersetoriais.”

Por Maria Siqueira, codiretora-executiva do Pacto Contra a Fome; Elisangela Machado, gerente de projetos e produtos tecnológicos do Pacto Contra a Fome; Georgia Pessoa, especialista em estratégia institucional e filantropia; e Ricardo Mota, gerente de inteligência estratégica do Pacto Contra a Fome


Além dos três setores

“A transformação social exige o reconhecimento da interdependência, a aceitação da diversidade dos atores e a preservação das autonomias institucionais, com foco na convergência. Isso significa estruturar modelos de relação baseados em confiança, horizontalidade dos processos de gestão e pactos democráticos, não em dominação ou substituição de papéis.”

Por Fábio Müller, diretor-executivo do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS)